segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vá Para o Inferno (Go To Hell)

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É França, Paris. Capital da moda, dos perfumes caros, da sofisticação passageira pelos olhos alheios e daquele ar de romantismo exacerbado que somente ela sabe entregar ao coração de quem a visita ou sonha em visitar. Mas paremos por um instante e visetemos o existente por detrás do cartão postal de Torre Eiffel, ou melhor, o que existe na frente dela, mas continua disfarçado por dinheiro e glamour.
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Vamos para o inferno, vamos conhecer Hell. Quem? Ella por nascença, Ellie por amigos, todos nomes dignos de bondosas protagonistas de telenovela barata, era o que ela pensava, tudo o que ela não significava, o que ela não era. Mudar de nome? Uma consequência de seu modo de viver.. Inferno, Hell, este era o seu nome.
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Em uma sociedade francesa, Hell vive intensamente sua vida. Um dia após o outro. Felicidade. Alegria. Amigos. Drogas. Sexo. Solidão. E muitas, mas muitas roupas de marcas caras e famosas com as quais ela poderia satisfazer a falta daquilo que não era aquilo, o que ela não sabia exatamente nomear. Futilidade exalada por seu modo de viver.
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Bárbara Paz faz Hell. Mulher jovem, rica, cheia de roupas e aqueles amigos que podemos colocá-los explicitamente entre aspas. A peça de teatro, nomeada pelo nome da personagem, Hell, é uma adaptação da obra de Lolita Pillie e conta a história da jovem, que retrata o cotidiano da vida dos jovens ricos de paris, entre drogas, cigarros, bebidas e noites acabadas sem saber o que houve. Ela conhece Andrea, um galanteador de família rica, mimado, que consegue arrancar seu coração do lugar, que nunca bateu.
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Em meio a história, a crueza dos personagens torna cada um deles mais vivo. É a tristeza fazendo a felicidade, a frieza fazendo a quentura. O ódio fazendo o amor, transformando o romance de Hell e Andrea em um jogo de verdades, mentiras e ocultações próprias que faz com que o público entre de cabeça na história e queira saber o que a cada cena nos revela. Não é um romance de novela. É sujo. É forte. É quente. É um romance de química explosiva, um balde de nitroglicerina prestes a explodir. Traição. Fumaça. Sexo. Amor. Morte. Tristeza e a degradação antes e depois da vida dizer adeus.
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Além de um roteiro simplesmente maravilhoso, a peça conta com artifícios que a torna um exemplo de peça de teatro. É uma peça sensitiva. Ao sentar em sua poltrona para assistí-la você se deparará com uma imensidão de sensações, transportadas para nossa mente por meio de luzes, cores, ambientes simulados, roupas, frases, cheiros e estilos. Você pode não ver o local onde estão, afinal o cenário nada mais é do que uma improvisação de um quarto bagunçado de Hell, mas você sente em suas veias e vê por suas córneas onde estão e o que estão fazendo.
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Bárbara Paz faz nesta obra uma atuação de primeiríssima qualidade. Sua beleza excêntrica transforma Hell em realidade. Suas falas se tornam reais. Seus movimentos verdadeiros. Resumindo, a atuação de Bárbara é bárbara (piadinha infame, ok)! Ricardo Tozzi também faz um ótimo trabalho em seu personagem e traduz de bom jeito, o típico jovem rico, irresponsável e mimado pelos pais e sociedade.
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Ainda também precisa ser lembrada a trilha sonora. Primeira coisa que fiz ao chegar em casa, foi procurar suas músicas que são perfeitas. Pesadas, ludibriantes, sexuais e pertubadoras, características de seus sons, que nos levam para outro mundo, para, novamente dizendo, um mundo de sensações de ida sem volta, que nos faz cair em um completo transe, enquanto se flutuamos na psicodelia da fumaça de cigarro de cereja que canta na boca de Hell.
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Hell é uma peça maravilhosa e que vale MUITO a pena ser vista. Com um visual muito bem produzido e um estilo único, a obra nos leva a um nível superior, refletindo por diversos modos e sugestões, o que realmente assistimos. O final é um jogo de sombras. Hell é um jogo de sobras e você consegue sentir isso pelo cheiro das palavras ditas.
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A peça está no SESI da Avenida Paulista, em frente ao metrô Trianon-Masp.
Quintas e Sextas a entrada é gratuita.
Sábados e Domingos - R$ 10,00 (R$5,00 estudante).
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Vejam, vocês não vão se arrepender. É um espetáculo, não só de obra prima de peça, mas também de atuação, de produção, texto e direção. Hell, vivendo a vida futilmente, na infelicidade das sombras perdidas de uma droga de aparente vida feliz. Um cigarro. Um sexo. E uma nova saia comprada.
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Orígenes Lessa (João Simões) diz:

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"De fato, quem morre não é a gente. São os outros. É o resto. A gente continua. Mas, se a gente morre para os outros, em compensação morrem eles também, para nós."
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Noite Mal Dormida

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O que são roupas de veludo,
Quando posso te ter inteiramente nua?
Sem nenhuma proteção para minha louca vontade,
De te tornar somente minha a noite inteira.
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Morder sua orelha com carinho,
Ao longo do caminho de minha mão perigosa,
Por sua perigosa pele chamativa,
Que me alerta para ficar longe,
Enquanto me avisa para chegar perto,
Como um bilhete de inda e vinda do inferno.
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Sou seu príncipe, seu cafajeste.
Me chame como entender seu julgamento,
Contanto que seja seu, meu corpo e coração,
Entre rosas e ligas perdidas ao dente,
De um feroz doente,
Agonizando em meio sua ofegante respiração.
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Cordas de violão de um cõração partido,
Encontrando o caminho para o lar doce lar,
De uma verdade omitida que eu não sabia existir,
Matando-me a cada segundo,
A cada noite pensando em ti.
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Venha e deite-se ao meu lado,
Vou lhe mostrar qual é o verdadeiro paraíso,Justificar
De uma noite aparentemente mal dormida,
Mas muito bem aproveitada,
Por estar extremamente acompanhada
Entre o eu e o eu mesmo.
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Assinado: Seu Príncipe, seu Cafajeste.
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uni-Duni-Tê

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Vocês querem saber de uma coisa? Depois de 19 anos de vivência eu descobri algo sobre minha pessoa que me pareceu bastante interessante (ou algo ali e aqui sem muita noção).
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Todos nós gostamos de cores, certo? E mesmo antes que venham dizendo que cor é coisa de banda modinha do momento ou de movimentos específicos, ainda defendo a posição de que cores nada mais são e representam aquilo que existe no interior de cada coisa.
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Tudo bem, vamos explicar. Para mim, cada coisa no mundo tem sua cor e eu relaciono cada coisa que vejo com uma em especial, o que torna tudo em algo parecido com um cenário teatral de cortinas abertas e fechadas. Tudo para mim tem a sua cor (e se não tem, estou chegando perto de descobrí-la).
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Acho que o maior exemplo são os meses do ano. Sim pessoas, cada mês, para mim, tem uma cor e não adianta me dizer o contrário, desde criança que eu penso assim e pinto com lápis de cor cada mês:
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Janeiro - Amarelo
Fevereiro - Vermelho-Alaranjado
Março - Verde Escuro
Abril - Verde Abacate
Maio - Verde-Amarelado
Junho - Marrom Claro
Julho - Marrom Escuro
Agosto - Azul Marinho
Setembro - Vermelho- Rosado (ou Rosa Avermelhado)
Outubro - Azul Escuro
Novembro - Roxo Escuro (aquele Roxo do Lápis de Cor da Faber Castel, sabem?)
Dezembro - Vermelho
(As cores das palavras não condizem com as cores imaginadas, culpa do editor do Blog que não colabora colocando todos os tipos de cores, sabem?)
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Este é um exemplo. Engraçado que eu não apenas vejo os nomes dos meses coloridos em minha cabeça, tudo em minha volta nos determinados meses ficam pintados de giz de cera desta cor, cores que eu mesmo penso, cores que eu mesmo sinto.
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Sentimentos também tem suas cores (o que não é tão difícil de se fazer). Pessoas também possuem suas cores próprias, cada uma tem a sua, que nasce de dentro de cada um de nós e sai para fora. Nem sempre são nossas cores favoritas, mas são cores que quando olhamos para o rosto e para os olhos, encontramos ali, latente, como um convite ou um cartão de Bem Vindo.
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Cores são vida e são nelas, desde as mais alegres até as mais obscuras, que encontramos formas de expor ao mundo tudo aquilo que está presente lá dentro, que está existindo a cada segundo de sua vida. E você, também dá cores ao mundo? Diga se sim ou não, e claro, o por quê..
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Quem quiser me perguntar as cores que eu sinto de outras coisas, como as cores de cada um de vocês, não sei se acerto por que não é pessoalmente, mas eu consigo dar uma imaginada boa, nos comentários para eu responder, podem perguntar, ok?
Respondo com todo o agrado.
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Espero que tenham gostado,
venho querendo fazer este post há um bom tempo!
Peço mais uma vez (irresponsável) desculpa pela ausência aqui no Blog, mas estou de volta para tentar fazer um Fim de Ano maravilhoso!
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Um abraço para os blogueiros.
Um beijo para as blogueiras.
Até mais logo!
Tchau!
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