sábado, 21 de maio de 2011

Sozinho

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Solidão? Não. Apenas o silêncio alheio de um cotidiano que faz sofrer. Solidão? Não, solitário. Vivo a mim mesmo. Amo quem sou. Sem paciência para o silêncio esta noite. Me abraçarei em tristeza profunda. Solidão? Talvez. Eternamente.
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terça-feira, 17 de maio de 2011

Kerli diz.. praticamente sobre mim:

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"A vida é minha criação
É o meu melhor amigo

Imaginação
É a minha defesa
E eu vou continuar caminhando
Quando o céu está cinzento

Aconteça o que acontecer
Significava a forma como foi"
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(The Creationist)
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domingo, 8 de maio de 2011

Mãe

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FELIZ DIA DAS MÃES
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terça-feira, 3 de maio de 2011

Contraste

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A rua era escura desde muito antes, praticamente vazia, se não fossem pelos cães latindo aos desesperos de dentro de suas casas aparentemente abandonadas pela luz, Maria poderia se considerar sozinha.
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Aos largos passos em quinze centímetros de salto de sapato bem comprado com dinheiro duro, a jovem de coração puro se mostrava atenta ao seu redor, preocupada com o que poderia surgir a cada sombra de cada esquina.
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A subida era densa, o medo se revelava nos olhos azuis de Maria. Os cães continuavam a berrar maníacos, algo como um aviso de perigo, eles sentiam o cheiro da podridão mundana. Movimento. Barulho de papel. Uma sombra brotando de outra. O terror dentro do coração de Maria.
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O homem surgiu de modo silencioso. Negro como a noite retirou seu chapéu em respeito a dama. Maria paralisada. A cor do ser era um sinal, seu interior era negro como sua pele, a maldade brotando por seus olhos escuros.
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Um estupro ou uma morte lenta, eram os únicos pensamentos de Maria, além da sensação do estômago criando vida. Atingindo uma velocidade considerável, marchou dali em direção a avenida, despistando o negro homem, o homem negro.
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Dois passos e meio, a felicidade encontrou Maria. Outro homem, dessa vez mostrando sua alma branca em sua pele clara, os cabelos louros bem alinhados, um sorriso cortejante de quem entende do mistério que cada mulher guarda em si.
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Uma luz e algo gelado em seu abdômen. O vermelho brotando em beleza do vestido de Maria. Sorrindo-lhe com simpatia, misturada a loucura de seus olhos, o homem lhe deu um beijo de despedida. Levou-lhe a bolsa e os documentos, nenhum dinheiro lhe serviria, já que esse nem existia.
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Os latidos cessaram em luto ao silêncio. Um gato surgiu do nada repentino, seu pêlo negro trazendo a sorte outrora abandonada. Lambidas frígidas no sangue de Maria agonizando, a morte lhe buscaria com um pequeno memorando.
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O preconceito é seu preceito, o julgamento da alma alheia. Uma escolha que foi feita, uma ampulheta de areia. O seu viver e seu morrer, caminhando lado a lado, entre um negro e um branco, o seu grito abafado.
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Maria, pobre Maria.
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Douglas Ibanez
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