segunda-feira, 27 de julho de 2015

O Dar de Luz


Mais um filho nasceu.
Poesia que jorra!
Pincela meu muro,
Gruda no mundo e se mostra bonita.

Desfila desnuda sem medo do nada,
Pintando meu céu em um colorido sorriso. Quentinho.
Sem gosto de inverno que não quer esfriar.
Sem medo de explodir e precisar explicar.

Ele surge. Ela espalha.
Um abstrato momento sem nada a dizer.
Três tapas, um choro.
O mundo é só seu.

Douglas Ibanez
(14.07.2015 - 00h37)



segunda-feira, 20 de julho de 2015

Paloma


Quero a paz de um manto negro,
Salpicado de luzinhas de areia.
Veludo charmoso que me aquece o inverno,
Me abriga dos males da tradição.

Grito em prantos. Desespero.
Um quarto branco. A saideira.
Meu coração batendo fraco, bem de perto.
Uma violenta guerra de exposição.

Sou tocado por um anjo, que me ilumina o erro.
Sinto doses de adrenalina pela veia.
Entristecido pela indecisão do vácuo. Do incerto.
Busco o sopro de vida. Em decomposição.

 Douglas Ibanez
(13.03.2015 - 12h12)

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Tristeza

Existe uma tristeza embrenhada em meu corpo,
Que surge do caos que banha meus ossos.
Ela nasce da terra regada à amargura
De uma mente brilhante que ninguém escutou.

Explodindo ouvidos de um grito de guerra,
Pisoteando o enterro que se sucedeu.
Ela escreve poemas de uma tarde vazia,
Voltada ao nascer de uma coisa qualquer.

Douglas Ibanez
(16.03.2015 - 18h00)


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Em Pontas


Meu coração vive
Uma caixinha de música.
Melodias do além
Para bailarinas dormirem.

Um quarto fechado em poeira branca.
Flocos de neve com espelhos tristes.
O cerne de uma eterna coreografia
São vinte sonhos surrealistas.

Há uma gaiola de espinhos
Cujos pássaros já se foram.
Eles cantam sua ida ao nascer do dia,
Compondo melancolias de trás para frente.

Respiro a neblina.
Revivo ao anoitecer das estrelas.
Sem medo de observar os fantasmas.
Cortejos ao ninar dos espíritos!

Sem rumo, ou qualquer coisa assim.
Quero a sutileza de beijar o vento
Enxergando vertigens que a canção me entrega,
Girando em miragens que o destino cria.

Douglas Ibanez
(10.06.2015 - 12h46)