segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Lua Nova


Olhei para o lado e não gostei do que vi: uma esfera suja, de coração apático, lunático, e que não conseguia sacar suas ambíguas vértices - vertentes que seguiam um paradoxo estranho. Não havia motivo para sua existência e, enquanto isso, sua lama descia de maneira sistêmica, me encostando como uma criatura sem forma, ainda que geométrica, copiando os pés em pontas, que outra pessoa havia sido. Eu ainda não gostava daquilo. Era como um assunto inacabado - um tabu interpretado pela maioria, mas que ninguém conseguia ver, apesar do cheiro forte e do suor que me afogou. Estava ali, naquela hora e eu ainda não gosto.

Douglas Ibanez
(8.11.2016 - 1h2)


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Reaparece


Me canso de olhar ao redor, enquanto as folhas se desmancham sob o foco de luz. É muito estranho ter que aplaudir de perto um ruído que não permite sua existência - só que a vejo ali, sentada, com coroas de flores nas mãos. São muitos detalhes que vazaram pelas paredes, por brechas infiltradas de massa que subiu do chão, fazendo escultura com o que há de pior da gente. Eu vejo acontecimentos deitados - isolados de uma opção de experiência mútua, mas que se exprime, sem medo, em expressões renegadas pela menina dos olhos comuns - anil ou negrados, sem regras, mas sob o vislumbre terroso eu captei hoje cedo - sem medo, cansado.

Douglas Ibanez
(10.12.2016 - 1h17)


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Bom Filho


Revogado, jamais. Somente na pausa da fluidez, que continua contínua. Eu não aperto o stop, somente solidifico as estruturas, inventando outros diálogos, conversações paralelas, bastardas, mas restritamente livres de qualquer amargor. São neuras vividas, discutidas e executadas. Mas volta e meia eu retorno, carregando consumos, proibições desmontadas e novos rascunhos do que está por vir. Inspirado. Continuado, sempre.

Douglas Ibanez
(29.11.2016 - 9h36)


domingo, 1 de janeiro de 2017

E assim me vou... me fui!


Vira e mexe eu viro palavra,
Cantada com amor
Por passarinhos cor de mar,
Que brincam na estrada que o céu carrega, 
Sem margem de erro para eu voltar. 

Douglas Ibanez
(29.11.2016 - 9h26)

Feliz Ano Novo!