segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Próprio entre os próprios


Coloquei o casaco, me amarro, 
Me mareio em maresia, espiritual.
Vejo gente morta em vida viva, 
Conceitual, me perco. 

Tiro minhas roupas sem elas,
Os joelhos doem, se contorcem, 
E esticam imagens do excêntrico
Romantismo de uma blusa - perfeita.

Era feita diluz, com um ão bem grande, 
No final do começo.
Choro no preço, de um sacrifício 
Que facilmente me seduz. 

Era o primeiro, seguido de outro, 
Enquanto os outros faziam desordem
Em uma coragem que eu parecia ter. 
Baguncei.

Me senti livre ao ver na janela,
Um chapéu de menino, 
Pequenino de sorriso bonito, 
Tão cheio de nãos - de sins. 

Pegue de mim, me beija na ida, 
Na volta e na vinda, 
Proclama-me a vida
E eu acredito. 

Hoje eu evito 
E quero querer, sem nada a perder, 
Vendo faces, comprando promessas, 
Observando sopros em minhas ideias. 

Jogando xadrez em roupas laranjas, 
Dançando palavras, ousadas, 
Querendo a vez de uma vez, 
Com medo, sem freio, do que você fez. 


Douglas Ibanez
(03h07 - 25.05.2018)