quarta-feira, 24 de abril de 2019

Lactose


Vejo a lua ali,
Do lado de lá
Da rua de cá.

Tão linda, que formosura!
Me chama depois (...)
Proclama nós dois.

Não a via como outrora,
E desvi de tanto ver.
Já sei bem, sua beleza.

Como lua me devora,
Feito água em pedra dura,
Desgastando, desgostando.

Foi-se uma, peguei ranço.
Veio outra, bela mente.
Brilho eterno, com lembranças.

Do queijo,
Do beijo
E do novo, de novo.

Douglas Ibanez 
(16.12.2018 - 01h31)


quarta-feira, 3 de abril de 2019

Anxious


Eu acordo cedo amanhã, sabe?
E eu tento fechar meus olhos,
Como quem espera por um amanhã
De maneira tão perfeita quanto clara.

Mas vejo traços no meu teto,
De um amanhã nublado,
Espirrados na luz da noite do agora,
Por meio de minha janela fechada.

O vento gelado toca meus pés,
Propositadamente sem querer.
Quase como um carinho rasgado,
Nublado, de novo, por suas frestas.

Eu prevejo o despertar da música,
Meus olhos pesados e o sentimento
De quem fez cagada.
Seria minha culpa?

O que seria, no fim das contas,
O meu virar de corpo,
O cobrir de cobertas
cobertas por outras cobertas?

Eu descubro, o frio puxa meu pé,
Socorro! Grito pensando no daqui a pouco,
De outros tantos poucos, confusos
E agitados.

Ainda vejo o teto nublado de luz,
Sem calma por opções.
Eu acordo já já, entende?
E eu durmo, não?

Douglas Ibanez 
(03.04.2019 - 01h09)