segunda-feira, 29 de junho de 2015

Tinteiro Noturno


Quando o sono desperta e a mente não para. São imagens confusas de um dia sozinho. O choro não vem. Gritos. Desespero de uma meia-noite pálida, cantarolando notícias do além.

O despertar de um medo é como um degrau em falso que se desmancha no escuro. Uma toca de coelho que não encontra o fim. Canto pelos dedos fluídos de paz, que buscam momentos de sonhos eternos. Eles creem no mundo que é só meu. Vomitam palavras no que se perdeu.

O sono me chama. Me abraça quentinho com jeito de amor. Belisca as bochechas sentindo o sabor dos olhos fechando em promessas diversas. De alegrias concretas que me tragam calor. Minha tinta escorre. Pinga o tapete, me deixa tranquilo. 

Boa noite.

Douglas Ibanez
(29.04.2015 - 00h50)



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