Peguei meu copo,
Bebi veneno.
Desceu pelas coxas,
Morri sem medo,
Escorrendo enquanto descia,
Descendo por minha virilha,
Cheirando à naftalina.
Me viu em um dia
Apagando (...)
Me apagou.
Não merece o que planta,
Minhas plantas - o meu jardim.
Venenoso,
Ninguém pode comigo.
Sou seu filho, de nascença,
Sem crença, ou desavença,
Pois não posso,
Não digo, só choro - palavras.
Não há verde, verrrde, só VEDE.
Meu sentido não se faz,
Você entende?
Continua me apagando.
Só me sinto.
Sou aquela história, aquela,
Aquela mesma,
Que eu engulo
Regurgito.
De repente: nunca aconteceu.
Nunca.
Eu sei, eu me criei.
E eu sei que tu me quer,
Como quem não pede nada,
Sem levar em conta
Toda uma muralha
Que ajudou a construir.
Me emperfeito, com medo
De algo, do errado.
Mas eu erro, não posso?
Envenenado, morro.
Sem teu abraço, corro.
Com seu dedo, choro.
Sorrio, apesar.
Eu bebo meu sangue,
Seu sangue, no fim das contas.
God (...) please.
Se eu revirar os olhos,
Não é de prazer.
Só oro e não entendo,
Desprendo ao dizer.
Tomo um banho, dois,
Mais sete - perfeito (!),
Como me espera.
Quebrado, porém apagado:
Respira e engole o choro,
Moleque!
Fala grosso!
Dou voltas,
Mordo meu rabo,
Engulo meu corpo e cuspo,
Me cuspo - com nojo de mim.
Sou venenoso, me pico, sem pica,
Com picas e peço socorro.
Ninguém (...) poeira que alguém levou.
Douglas Ibanez
(18.05.2018 - 1h46)
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