terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Monólogo do Cair


O movimento e a inquietude. Parceiros de uma época recente, que se foi em uma estrela que minha garganta pôs para fora. Há melancolia em sua cadência. Um sorriso iluminado, servindo ao mundo os seus desejos - carentes, insensatos e insanos. Em seu pesar ela despenca e observa as eras que flutuam ao seu redor. Se meu suspiro é alegre ou entristecido - não sei bem o que dizer -, pesco detalhes que somente o invisível consegue me dar. "É divertido!", diz a estrela a si mesma, ao escutar histórias modificadas pelo entusiasmo do outro. Mas são mentiras, eu sei. Eu vejo. Sua sobrancelha permanece franzida e seu brilho grita como nada qualquer. Entretanto os pedidos já foram feitos, dando as costas para o que já passou. Eu me divirto no silêncio, sabendo a verdade que me tornei.

Douglas Ibanez
(22.02.2016 - 23h48)




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