Eu sei que o que sinto é triste,
ao mesmo tempo que me recorda gracejos.
Não consigo contar alegrias,
já que elas permanecem perdidas, ressentidas,
de algo que nem elas entendem direito.
Tem um garotinho chorando ao meu lado.
Ele pede carinhos que eu sei lá como fazer,
algo entre o cafuné e o abraço bem forte.
Na dúvida, choro com ele
e respingo lágrimas como um toque que não foi.
Quem passa, não sabe o que se passa,
nem muito menos tenta enxergar o ocorrido.
É normal, é normal… eu sei.
Eu sei lá.
Não sei, não.
É estranho.
Um senhor está fungando, do outro lado da rua,
como se houvesse um caminho
e no meio, a lua!
Ele entende das coisas, mas parece perdido. Eu sei.
Continuo chorando, sem culpa,
dos efeitos do sol, que se uniu
à chuva.
Faço a mínima ideia de onde partir,
por isso não mexo, nem deixo, o céu abrir.
Só deito no banco, com a cabeça
no colo do menino.
Respiro e desrespiro. Sumo um pouquinho.
E o velho me acude, como uma viagem no tempo,
sem tempo, e parado na hora que aquilo aconteceu.
Douglas Ibanez
(28.03.2016 - 16h19)
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