Desenho dois arcos em suas sobrancelhas, à noite. É no meio do nada que escuto, calado, o que não sai de você. Deixo meus rastros em suas pálpebras, que permanecem fechadas. Eu gosto.
Suspiro sem entender e apesar de meu pesar não parecer tão interessante, no momento, me encosto na aura, que teimo em criar, e revelo palavras antigas - estranhamente bonitas - que nem eu sabia conhecer.
Se posso tocar, porque não o faço? Encosto nos lábios o poder que os olhos me dão e me deleito com a alegria imensa de universos que se colidem rapidamente.
É um tipo de inocência que me prende em um sorriso perfeito. Paro de respirar. Rabisco o mesmo rosto e tento me desvencilhar: não posso. E a energia segue.
Eu cuido, e descuido, em uma porção de alguma coisa que desconheço, mas que eu prefiro dizer que quero - preciso - reconhecer. Sigo, em detalhes. Quem sabe?
Douglas Ibanez
(23.09.2016 - 03h06)
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