sábado, 22 de julho de 2017

Pele


Odeio esse muro que me barra de frente e me deixa confuso, sem saber como ir. Eu crio uma linha que costura meu corpo, puxando com força uma articulação que estudo. De repente me vejo ligado ao concreto, sem porta ou batente, quebrando o latente que bate de frente com uma rima infame - insolente. Mas eu amo o inteiro, que me consome por dentro, sem eu poder te tocar. Na parede eu respiro e assimilo o presente, constante na mente de um prazer em estar e eu olho com gosto seu rejunte de pedra, tão doce aquecido que me transborda. E finalmente eu entendo, quando o calor me entrega o que eu queria para mim, sem mãos ou janelas, somente na espera de um olhar sem fim.

Douglas Ibanez
(14.7.2017 - 00:15)


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