terça-feira, 26 de setembro de 2017

Hipotenusa


Há coisas que eu não sei se são verdade, como meus pés em movimento. Eles seguem sempre a frente, sem saber que com a idade tudo fica ao meu relento, sem um pingo de fundamento sobre o que não precisaria existir.

Fiquei carente. Hoje, agora. Fazer o quê? Não boto pra fora e a garganta flameja, sem desistir do que você diz. Estou me lembrando daquele dia, seja onde esteja, foi nada que eu fiz. Só vi nos retratos, de risadas grotescas, um dedo do meio que não soube falar.

E eu me calei - me vi. Mas continuo revendo e dançando um ato de silenciar. Senti o sem ti. O que isso seria? Me sentei na geleira que cantei ao passar, com pressa ao virar ali do lado, sem saber o que encontrar. Seria dessa ou daquela para a pior das hipóteses?

Perdeu-se o anel. Perdi a vontade (momentânea). Vou atrás das mesóclises, que ganho bem mais. Ainda não sei se existe algum réu, mas me envolvo com os tais, que não trazem verdade, nem nada do inferno, do terno ou do acaso tão raso do céu. 

Douglas Ibanez
(26.9.2017 - 0h54)



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