Eu geralmente escrevo coisas
sem saber o que são.
Mas quando eu grito o que eu sei,
são maiúsculas bruscas - perfeitas.
Se rasgam como um gemido torto,
com rosto coberto por um véu cinza,
nadando em um rio de águas escuras,
como diz o meu nome.
Defloro o silêncio,
o desmancho em minhas partes,
eu mordo suas traves - canibalizo,
enfio nos buracos que eu quero estar.
E eu soco
como senão houvesse paredes.
Os ouvidos escutam, como sempre,
então toma - me torna - me ouça!
Seu maldito que escreve, sem olhos.
Só há uma boca no lugar de três,
que latem nas portas do inferno,
sugando uma grave histeria.
Me boto de bruços,
eu bebo o café.
Socorro sem frutos de um sussurro só,
bebendo de águas que se derramam vazias.
Douglas Ibanez
(19.12.2017 - 1h53)
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