Parei e olhei o meu vidro. Vi a calçada correr como quem não quer nada, mas em busca de sonhos que nem ela sabia onde iriam desaguar. Se chegou, eu faço a mínima ideia. Da última vez, ela virara uma esquina sem graça, abrupta, brusca e ao completo longe do meu ponto de vista.
Opiniões? Sei lá, sei não. Elas não costumam prestar de qualquer forma. Observei por meio do vidro da frente e revi o mundo parando em uma gota de chuva. Escorria por um caminho torto, claro. Quando dei por mim: estourou e quem foi que ouviu as milhões de vozes fazendo uma prece? Sua.
Bons tempos virão, me disse o passado disfarçado de música. Eu ouvi calado, pensativo, pelo rádio. Um suspiro me estendeu a mão como um pretérito, tão perpétuo que doía. Para sempre é tanto tempo que eu o queria em repúdio, correndo sem hora marcada, somente gritando meu profano e sagrado. Desgraçado e com remelas de uma noite recém pensada. Criei.
Douglas Ibanez
(15.02.2018 - 22h44)
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