Era um pontinho laranja
naquele tudo tão branco.
"Como podia ser tão branco
sem haver nada ali dentro?",
Se perguntava alguma voz
que não se achava muito lunática.
O ponto disse que sabia,
mesmo sem saber.
"Se você fala comigo,
quer dizer que tudo está com nada dentro?",
Tão danada, essa caralha!
"Cala a boca, sua louca, maluca, doidona!"
Retorcida, eu diria.
O contrário da palavra, intocada.
Exagerou, como quer nada,
mas olha só, ele corria pelo espaço!
"Eita pontito abobalhado,
corre, corre e volta e meia cai pro lado".
Senhor pontoso só olhava,
onde o chão ele descia.
"Como pode, vossa alteza,
ser tão próximo do alvo?",
devolve a coragem, essa droga de coisinha,
tão marrenta, ascendente!
No caminho da rodada, laranjeiras
marcam a hora de crescer: misturar-se.
"Simbora minha amiga, chega dessa,
me embora e não degola, olha a vida",
olhava agora, sem querer olhar pra fora
era aquele o caminho.
O pontuado pontuou, sem pressa.
Meu... olha a arte, minha gente! Olha a arte!
Douglas Ibanez
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