segunda-feira, 3 de junho de 2019

Puto


Noites são feitas para os meus poemas,
Escritos por um puto que não consegue dormir,
Pensando na arte que lhe goza na mão
Como letras de quem morre de amor.

E eu amo, como amo!
O reflexo do espelho que minha lua me mostra,
Contando os detalhes do colorido
Que desce em arco das nuvens ao meu dispor.

Também há os tons de casas velhas,
Fotografias antigas e rosas 
Em meio a livros que eu mesmo escrevi,
Cuja letra eu tombo sublime como minhas ideias.

Eu abri a janela sem perceber,
Em busca do ar que a noite me entrega,
Comendo pedaços da lua, da minha de novo,
Tão dourados quanto o sol da manhã seguinte.

Esfrego os pés, crio faísca, luminária! 
Poesia? 
Faço um arco, desenho minha dança, 
Desço em minha cama e descanso, me inspiro.

Repouso sem saber quando, 
Tão puto quanto estive sempre, às beiradas, 
Me toco em despedida, escrevo, 
Confesso, me entrego desgonexo e desapareço. 

Douglas Ibanez 
06.05.2019 - 09h05



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