segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Enigma Sazonal


Olho o espelho,
te vejo sorrindo.
Me culpo sem culpa,
sem boas-vindas.

Continuo olhando, agora
sua expressão corporal.
Ela fala comigo, certeza,
mas é dúbia - um tabuleiro.

Não entendo.
O silêncio bate o martelo
e minha filosofia funciona.
Há algo que eu sei que há.

Como te chamo?
Uma distância levemente gelada,
sem perigos de voos quaisquer.
Isso te serve? Protege?

Sem abraço, mas o sentido me diz.
Aquele sexto que te é de orgulho.
Eu também tenho: detalhes,
uma colcha de retina bem aberta.

Minutos - tudo passa.
Me revejo e questiono,
só penso, nada mais.
Devolvo no beijo um mistério de cada vez.

Douglas Ibanez
(18.11.2015 - 00h30)
 

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