sexta-feira, 29 de maio de 2020

Grãos do Amanhã-Agora


Eu desmorono
e o fragmento escorrega
pelo meu corpo tão fraco
feito de carne e ossos,
que se sentem tão expostos
no alto de minha vulnerabilidade
sensível
ao meu próprio toque.

Nem sempre há respostas, entende?
Quando a terra desce sem motivos,
por motivos de tremores,
ela deixa suas naturezas
remetentes
para trás, num ponto de vista único,
entretanto,
descompleto, desperdiçado e espalhado.

Eu sinto o arrepio
coçando meu peito
de dentro para fora,
buscando orifícios por onde possa
desaguar sua poeira,
complexa
em sua busca pela vida
no entendimento do que vem depois.

Se ao pó tornarás,
porque o derramo?
O seguro na mão, ansioso,
soprando castelos que
se desmancham,
assim como eu.
Eu sinto os tremores,
e não me seguro.

Douglas Ibanez 
(29.05.2020 - 1:23) 

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