Eu me olho no espelho e encaro,
com a sabedoria de um esquisito senhor,
um garoto que não sabia mentir
sobre o que achava de si mesmo.
Há um pesar em seu olhar solitário,
que nunca se perdeu pelos caminhos
que por aí conheceu.
Muito pelo contrário!
Somente o enriqueceu e o cobriu
de toda a certeza de que o mundo é o seu lar,
tão belo como um potinho de vidro
coberto por gotas da chuva.
Ah e os meus cabelos se alteram como alma,
tão sorridentes que brilham no reflexo,
como se escrevessem páginas mistas
de todos os amores-próprios que poderia sentir.
E há maior substantivo próprio
do que amor que próprio assim se torna,
depois de tanta simplicidade dita a si mesmo,
como uma palavra com letra minúscula?
Eu sinto o vento no rosto,
calmo como deve ser.
Inspirador aos extremos
das raízes letradas que me constroem
e o esquisito senhor me consagra,
finalmente depois de tanta graça,
como o garoto que sabia demais
e de menos e de mais um pouco ali além.
Douglas Ibanez
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