terça-feira, 8 de maio de 2012

Ódio-Óde à Amante






Você é o que posso chamar de morte repentina e vida seguida pela instantaneidade. Cinco segundos de permanência contínua entre o doloroso prazer do ir e o vir, daquilo que não sabemos o nome mas temos a certeza de como o chamar.

Liberdade para olhar, jamais para tocar. Sentir sem morrer a morte causada a cada beijo perdido nas profundezas do esquecido. Minha amante perfeita para noites de suicídio. A escuridão ao seu lado nunca foi tão gostosa de se viver.


Por isso, não deixe meu corpo no momento que mais te espero. Releve meu desgosto por você ser quem é. Não se esqueça que minha porta estava aberta muito antes de você chegar. Nua. Crua. E se entragando por completo ao meu vazio aqui sozinho.

Caso mesmo se vá, peço que ore por mim a cada momento da caminhada. Sua partida me matará de felicidade e isso eu não irei suportar. Preciso de seus olhos que me dilaceram em desespero horrendo. Necessito da ferida em meu coração que você me causa enquanto está aqui. Meu ódio me alimenta. Meu amor me conduz.

Deixe-me cheirar sua voz uma última vez, Tristeza.

Douglas Ibanez