terça-feira, 15 de setembro de 2015

Je Voudrais Danser


Bocas coladas escrevendo na chuva.
É como sexo com a pele sentida,
Espalhando memórias que nascem da nuca.
Se entrelaçam na língua como oitavas que descem para sempre.

É fazer amor ouvindo música,
Com arrepios cruzando olhares dispersos
No apreço do tempo, enquanto segundos.
Eu gemo em um giro. Me ondulo e sussurro.

Cada gota uma poesia.
Intimidades abertas descobrindo o escuro,
Transcritas no suor de luzes. Em foco.
Me encontro à ousadia da exposição extremista.

Prometo verdades com olhos fechados.
Seguro os cabelos que grudam no rosto, me torno humano.
Meus dedos amam em sintonia do acaso. Desejo em ritmos.
Constroem um espetáculo vendado à essência.

Me dedico ao não permitido,
Regido a toques e gritos silenciosos.
Respirar me leva a um infinito só meu,
Que suspira pedindo prazer ao socorro risonho.

Existe algo nas margens que beiram o pecado,
Que diluem o mundano em minutos de amor eterno.
Não há nada a ser visto em um gozar aplaudido.
Me deixo levar e desisto. Existo.

Douglas Ibanez
(14.09.2015 - 17h)