segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Tarô


Sente no muro,
me olhe - me diz!
Estou navio no escuro,
sem diretriz.

Percorre meu corpo?
Labirinto sem céu.
Me encontra na mente,
uma estrela cadente - sem calda e ao léu.

Tenho lido cartas
que o destino me tira,
eles riem sem jeito - sem cara!
E me contam mentiras - mentiras.

Douglas Ibanez
(11.11.2015 - 0h33)


 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Choro


Rego a planta que nasce podre, 
de raízes incertas e difundidas.  

 Grito o plano que me acerta em cheio, 
sem paciência para hematomas. 

 Vejo o lustre que se apaga ilustre, 
repleto de ideias que se foram sem ir. 

 Conto uma história nascida torta, 
que me tampa as visões de uma verdade vivida.


Douglas Ibanez
(26.10.2015 - 1h07)


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Entre Aspas


Existe tanta coisa a ser dita em um depoimento que jamais foi escrito. Não vejo motivos para impedir o que sinto, muito menos em gritar minha fúria em ecos que o vazio leva. Não há respostas. O ar se agita em uma linha que fura a barreira do som e agrava a sombra que emerge em euforia. Culpo os astros que mapeiam a angustia - um jogo de planetas de gude em aposta alta. Perco o respeito e uma noite de sono. Onde mora a dignidade em um sussurro de insônia? Quero eu desbravar meu vácuo, sem memórias de um aquário sem vida. Onde há água, há esperança. Mesmo sendo uma ilusão descrita em etapas, entre aspas, voando em asas à decepção.

Douglas Ibanez
(06.11.2015 - 22h22)