domingo, 7 de maio de 2017

Cappuccino


Está escuro aqui dentro e eu só consigo te ver, como uma sombra sentada sobre minhas pernas, ronronando - arranhando minhas sensibilidades - para que eu não o toque por inteiro. Não preciso, de fato.

Novamente e agora: te olho (ou seja, observo os detalhes que você não vê) no sorriso e sorrio com o cafofinho que fez para si diante de mim. Queria escrever histórias sobre sua pele, mas dedilhar letras me parece uma melodia mais racional, apesar de eloquente.

Te vejo (todos os dias) como cappuccino meio-amargo: indecifrável por ser meu pedido diário, mas com todo o sentido quando me aquece sem exageros. Ronrona de novo, me abraça por engano (me deixo enganar) e eu te bebo.

Quando encosto meu pé no seu, te toco na alma - sensível como um tapa na cara, que arde apaixonadamente ao contrário. Quente e perplexo como um pulsar de calor que se desfaz. É espuma marrom clara (imediata) se dissolvendo em abstrações que continuo a amar, enquanto tomo um gole a mais.

Te enxergo e me solto no oceano escuro (espero seus olhos me encontrarem quando a lua estiver lá no alto) balançando meus pés como menino crescido, sem medo de viver o que tiver que ser.

Douglas Ibanez 
(8.4.2017 - 3h7)




quarta-feira, 3 de maio de 2017

Só indo


Precisamos nos perder
Sem olhar para trás,
Somente encontrar no amanhã
Um passarinho para usarmos o VOAR.

Você dançaria comigo esta noite?
Até o nascer do sol, se for possível.
Meus braços em seu pescoço
E os pedidos perdidos nas estrelas.

Vamos esperar a chuva chegar,
Nos pegar pelos dedos e nos beijar.
Somos crianças brincando
Em um jardim de infância sem fim.

Sorria e siga ali (para mim).
Lhe fecho os olhos aos sussurros,
Sopro promessas de dias eternos.
Pegue minha mão e venha!

Douglas Ibanez 
(8.4.2017 - 3h23)