sábado, 26 de outubro de 2013

Rosa Água

Ensolarado dia pálido de agonia passada, sorrindo pérolas desconstruídas ao longo do tempo, se esvai de meu olhar antigo, transforma-te na melodia cantada pelo sopro do vento sem piedade.

Notas musicais dançando ao som da transformação repentina do fim do mundo. Peito aperta, a canção brota de minha sabedoria, tinge meu sangue em rosa água e inunda meus medos mais distantes de uma vida qualquer vivida, desvivida e vivenciada em um futuro do agora.

Me olhe como te olho, respiração zero. Descobrir o descoberto se torna uma natureza incrível quando se para o tempo em seu dormir. Dissecar a biologia emocional incompreendível, que apenas coexiste e se infiltra nos olhos fechados. 

Pouco a pouco, devagar e deliciosamente mortal.

Douglas Ibanez
(21/10/2013 - 11h20)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Elemental


Labareda de fogo,
Que lambe meu solo, 
De terra molhada 
E teor ardente.

Seque minha fonte,
De vida útil. 
Tornando ao pó 
O que brota de mim.

Infiltra-me, 
De sua obscuridão risonha, 
Que cuido como um fruto,
Gerado ao silêncio do desespero.

Terremotos de água. 
Fuja! 
A fúria explode,
Em minha força nascente.

Sou da terra regada à certezas, 
Enfrentando incêndios do de repente.

De repente queima, 
De repente cinzas.

Quem sou eu?

Douglas Ibanez

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Literatura do Nosso

Escreva seu nome em meu coração, narrando histórias fictícias de uma realidade inventada por uma mente que dança ao som da luz do meio dia, irradiando um calor permanente de fogo mortal.
 
Seja o autor de seu próprio desastre emotivo, transcrito na ponta de uma fina pena envelhecida por tinta escura de material perdido. Brinque com as palavras como brinca com a desilusão.
 
Equilíbrio derretido em sete espelhos azarados, quebrados em anos de sorte, refletindo o ruído da retribuição amarga que tarda a chegar em uma agonia destoante dos contos contados. Mergulhos à fantasia enlouquecida.
 
Sopre minha alma como ontem escolheu, entrelaçando laços deslaçados de um quadro abstrato de efeito anestésico, sem forma, sem permissão, apenas pulsando vivo como uma chama desrespeitosa que toma conta do infinito.
 
Feche os olhos. Dedilhando em minha pele uma profecia de portas abertas. Perdido na escuridão que enxergo, deitado entre luz e perdição. Escreva sua vida na minha, rasurando uma caligrafia desgonexa de paladar exótico.
 
Morte e Vida na literatura do nosso.

Douglas Ibanez
(02/10/2013 - 11h33)