quarta-feira, 20 de maio de 2015

O Agora


Sou um anjo de asas castanhas, cuja cor se tingiu de laranja por vanguardas criativas que o tempo já não conseguia guardar. Foi-se o tédio maroto. Um míope teimoso que enxerga o horizonte sem muito esperar. 

São suaves toques de perfeição, que perduram meus anos descritos nas rugas que a poeira cobriu. O alienado de um mundo, que me observa do muro que nunca existiu. Sou caído. Vivido. Floresci aos horrores. Viajei entre mentes que jamais despertaram, mas que continuam carentes do sol que se veste com poesias do leste que o céu escreveu. 

Encontrei no futuro meu passado perdido: um pequeno menino que do dia nasceu. Foram horas comuns de três penas singelas, totalmente despertas do alheio ao meu eu. Hoje broto em alegria percebendo a bondade, que grita vontades que outrora neguei. Chorei minha verdade que se esconde em meu fora. Ele se chama "O Agora" de um anjo feliz.

Douglas Ibanez
(14.05.2015 - 19h25)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Abortos do Caos


Existe um glossário de egos difícil de identificar. Presentes em um aquário de ferro, com restos de cérebro, que um dia deixou de brincar. São peças que submergem com criaturas do pântano, um banho de óleo. Sem cura. Sem pranto.
 
Onde está a humildade que demora a se definir? Permanece no fundo, de olhos vermelhos. Com tristeza no sono e clitóris ferido, que nunca deixa de parir. São gritos de socorro, que nascem já mortos em meio a agonia.

São aquelas criaturas que teimam em se olhar no reflexo d'água preso ao matar. São milhares de anos que teimam em cair, sem sorte na queda - morrendo com o sorrir. Um adeus aos nascidos de fonte incerta, já que o inferno é uma festa de orgulho a partir.

Douglas Ibanez
(15.04.2015 - 19h11)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Estas Coisas

Existe uma coisa embrenhada em meu corpo,
Que surge do caos que banha meus ossos.
Ela nasce da terra regada à amargura,
De uma mente brilhante que ninguém escutou.

Explodindo ouvidos de um grito de guerra,
Pisoteando o enterro que se sucedeu.
Ela escreve poemas de uma tarde vazia,
Voltada ao nascer de uma coisa qualquer.

Douglas Ibanez
(13.03.2015 - 12h12)