terça-feira, 22 de junho de 2010

Ele não acabou com a vida dela, ele apenas a salvou de si mesma.


Você é uma menina e está vivendo em plena década de 60, época em que a sociedade começa, do lento ao rápido, a passar por uma complexa mudança. Você possui seus dons, claro. É inteligente, curiosa e possui a incrível maldição de ter um prazerozo anseio pela busca de novas experiências, essas cada vez mais profundas. Claro que você poderia dizer, também, que essa combinação perigosa poderia te levar para o extremo do sétimo céu do paraíso, isso se não fosse coligada a uma rebeldia malcomportada.

É nisso que se define a vida inteira de Beverly Donofrio, em uma maldição, em que o bem e o mal, assim como as vantagens e desvantagens vivem juntos trazendo à tona de suas páginas a incrível reflexão da vida: A felicidade é a visão geral do bem e do mal de todo o seu passado.


Bev é uma menina que aos 15 anos de idade recebe, como um mimo do destino, a incrível notícia de que está grávida e claro, se não pudesse melhorar, o pai do bebê é um sujeito completamente responsável, trabalhador e que não possui nenhum tipo de vínculo com bebidas e drogas. Para completar ainda, o pai de Bev é polícial da pequena cidade onde mora e depois de tanto pegar a filha fazendo besteiras, descobre a maravilhosa chegada do esperado neto de braços abertos (espero que consigam sentir a profunda irônia no parágrafo inteiro).

Perdendo sua adolesência e infância, afinal toda adolescente de 15 anos também é uma criança, Bev precisa agora se virar em 20 sentidos horários e anti-horários para dar contar de sua personalidade forte, de sua relação com os pais, de seu casamento, de seus enjoôs, inchaços, dores e falta de maturidade para conseguir entender o que realmente está acontecendo ao seu redor.


Os Garotos de Minha Vida é um livro auto biografico em que Beverly relata desde os primórdios de seu nascimento até o momento em que seu filho vai embora. Além de divertido o livro é real. Lendo, nos deparamos com situações verdadeiras e que acontecem na vida de todos nós, além de que podemos ver e sentir a mudança da protagonista de acordo com todas as épocas de mudança em que passamos no século passado, década de 60, 70 e 80.

O mais interessante é a análise que Bev faz de si mesmo o livro inteiro. Ao lermos capítulo por capítulo percebemos claramente o por quê de tais fatos ocorrerem em sua vida, seja por sua teimosia e personalidade ou qualquer outro tipo de motivo. E pensamos se ao fim, ela vai encontrar as respostas que necessita ou as respostas que não enxergou. É claro o amadurecimento de Beverly ao longo do livro inteiro e assim como qualquer vida, nem damos conta do quanto ela mudou e do quanto nós mesmos mudamos, quando vimos, nós ou Bev, já está em um rumo completamente diferente e com uma cabeça transformada.


Maravilhoso é como eu chamo este livro. É uma leitura fascinante que não nos cansa nem muito menos nos deixa com vontade de parar, é como se estivéssemos com uma vida inteira em nossas mãos, passando lentamente, mas com uma velocidade incrível, tanto que ao chegarmos ao fim paramos e pensamos: Já? Além, é claro, de termos momentos divertidos, emocionantes, pensativos, de raiva, de vergonha, de escandalização (Bev faz CADA coisa), de psicologia e de verdade, afinal, depois de amadurecidos olhamos para trás e dizemos, eu fiz, nossos pais fizeram, diferentes somos, mas iguais ainda seremos.
Para quem não sabe, Os Garotos de Minha Vida foi adaptado para o cinema. O filme é protagonizado por Drew Barrymore e eu sempre o adorei, tanto que por esse motivo fiquei tão entusiasmado para lê-lo.



A essência da história é a mesma, contudo, o roteiro se diferencia extremamente daquilo que é escrito no livro. São N coisas que tiveram mudanças gigantescas, como a gravidez da amiga da protagonista, Fay, que foi interpretada por Brittany Murphy e a relação entre as duas, a separação de Bev e Raymond, o jeito da protagonista, que no filme nem chega perto de como é no livro, alguns personagens que mudaram apenas os nomes, outros que nem apareceram e alguns que ainda foram inventados e até mesmo o final, que é completamente diferente do livro.


Mesmo com tantas mudanças, a história do filme também é perfeita. Possui uma carga emocional muito mais forte e apelativa, já que quer atrair o público para as telas grandes, com cenas mais bem arquitetadas. A diferença é clara entre os dois, mas ambos, são histórias magníficas e que valem muito ser lidas e vistas.

Muito bem, espero que tenham gostado. Eu li esse livro com muito carinho e não via a hora de terminar para falar dele aqui para vocês, mas quando acabei, agora a pouco no sofá da minha sala, fiquei triste por ter terminado. É tão gostoso o livro que você nem percebe que já está acabando. Então, quem quiser ler este livro, fará uma ótima escolha!

Venho logo mais pessoal.
Tenho coisas boas pensando para cá.. sério!
Espero que tenham gostado mesmo.
Abraço para os homens,
beijo para as mulheres.

Tchau!

sábado, 19 de junho de 2010

Pensamento Oblíquo



"Quero viver ao contrário do que se pensa

e pensar ao contrário do que se vive.
Mas isso eu faço desde muito cedo
e farei mesmo quando for muito tarde."

Douglas Ibanez

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dramalogia Refletida













Sabe aquelas figuras,
com as quais você sonha
em noites de pesadelo?
Pois bem, eu as vi.

Estavam todas alinhadas lado a lado,
como cinco ou sete bonecas de porcelana,
me olhando fuzilante nos olhos
pelo espelho lambuzado em confissões.

Uma era completamente alegre.
Me fez de amigo e de palhaço,
cantando temas da verdade,
traduzindo inteiramente seu cinza
para sua lingua de risos.

Sua vizinha era tristonha, claro
me deixando de fato preocupado.
A morte lhe cairia tão bem naquele dia,
melhor do que qualquer remédio,
do que qualquer salvação.

Um comentário indecente,
uma resposta coerente.
Minhas duas amigas opostas,
brigando e se amando como dois irmãos no mesmo quarto.
Era tão clara sua mistura que me perguntava:
Quem será o intelecto?
Quem será o trapalhão?

A resposta logo veio com um trumbicão,
deixando uma outra mal-humorada
e de punho fechado à mão.
Outra face se revoltou e de sua boca saíram espinhos,
nervosos, sutis e constantes como uma tesoura,
cortando reto sem controle.

Aquilo me parecia um ultraje,
uma divertida ofensa brincando lentamente
de vida e morte, beirando a loucura do normal.
Intocável pela placa congelada,
estabelecendo o limite da insanidade permitida,
mas refletindo a imagem do lugar
onde faces medonhas se intercruzavam.

Ainda olhei para um cantinho
e vi uma que parecia um passarinho.
Tímido e escondido, sem olhar a baixaria,
apenas pensando em como estaria eu naquele momento
e em quem seria eu naquele tormento?

Sabe aquelas figuras,
com as quais você sonha
em noites de pesadelo?
Pois é, eu as vi.
Estavam reunidas e espalhadas por todo o meu espelho,
faces brancas de teatro mergulhadas em pleno drama líquido,
sorrindo, chorando, ouvindo
e me contando, enquanto me assombravam,
o quão variado eu poderia ser,
bastando apenas escolher.

Douglas Ibanez

sábado, 12 de junho de 2010

Um Dia Deprimente de Cada Vez

Há exatamente, 1 ano, eu vim aqui, neste mesmo blog, sendo eu o mesmo de ontem e o de hoje, dizer em um pequeno texto o quanto o Dia dos Namorados era apenas um dia daqueles. Bem.. um ano depois, ainda olho para o relógio, vejo 00:00 e penso "Chegou o Dia Deprimente".


Mas não se preocupem, isso não é nada muito problemático e eu não sou um carente desesperado por uma lambida na orelha (para isso servem os cachorros). Mas, como estou solteiro, naturalmente a alegria do Dia dos Namorados para os compromissados passa à uma levantada de sobrancelha no mínimo mal-humorada neste dia caótico.

Então, vamos dizer que, o Dia dos Namorados não é só deles, mas também é de todos. Não comemoremos apenas nossos namoros, quem namora aproveite o dia ao lado da pessoa querida, quem não, fiquemos felizes por aqueles que tem e dão ao mundo uma risada cor-de-rosa e um olhar bobo de paixão vermelha.


Afinal, todos nós viemos de uma paixão, mesmo que momentânea e se não fossem os namorados, os apaixonados, os casados, os ficantes ou seja lá quem se considerar interessante duplamente para comemorar esse dia, o mundo seria total e completo BLAH!

Agora.. depois de tanta demagogia, posso dizer só uma coisinha? Posso? Por favor? Estu me segurando tanto neste Dia dos Namorados.. preciso colocar o veneno pra fora senão eu morro ENVENENADO!

Apaixonados me dão naúseas. Ôôô povinho esse que fica olhando olho no olho, tocando nariz com nariz, rindo só de ver o outro em sua frente, analisando cada detalhe do rosto ao lado como se fosse único e um presente adiquirido dentre tanta coisa ruim a volta. Apaixonados são bobos, molengas e sorridentes... e mesmo detestando isso com todas as forças neste exato momento do dia (da noite), pretendo ter isso um dia, quando tiver que ter, sem pressa, apenas deixando rolar o que é verdadeiro.

Meu dia chegará e vocês saberão isso quando eu postar em um Dia 12 por aí todo feliz, bobo e com cara de quem foi petrificado.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!


Até mais bando de bobos sorridentes.
Curtam o Dia! De qualquer maneira possível!
Ainda mais no frio... certo?
Abração a todos!
Até mais!

sábado, 5 de junho de 2010

O Leão e O Rato


Bom Dia caros amigos. Estou aqui mais uma vez, neste começo de Junho cheio de Festas Juninas pipocando ao som do Vinho Quente para trazer nesta noturna e fria noite mais uma fábula daquele tão querido livrinho, deste que venho tirando constantemente fábulas maravilhosas e cheias de magia e criatividade. Desta vez, fiz algo que não tinh feito antes, fechei os olhos e abri em uma página pensando: "aquela que aparecer, será a que postarei" e foi o que fiz. A página que abriu revelou no meio das folhas antigas amareladas uma simples fábula mas contendo um contexto completamente verdadeiro. Então, aqui vai mais uma pequena história do livro Fábulas de La Fountaine.


O Leão e O Rato

Saiu da toca aturdido
Daninho pequeno rato,
E foi cair insensato
Entre as garras dum leão.
Eis que o monarca das feras
Lhe concedeu liberdade,
Ou por ter dêle piedade,
Ou por não ter fome então.
Mas essa beneficência
Foi bem paga, e quem diria
Que o rei das feras teria
Dum vil rato precisão!
Pois que uma vez indo entrando
Por uma selva frondosa,
Caíu em rêde enganosa
Sem conhecer a traição.
Rugidos, esforços, tudo
Balda sem poder fugir-lhe ;
Mas vem o rato acurdir-lhe
E entra a roer a prisão.
Rompe com seus finos dentes
Primeira e segunda malha ;
E tanto depois trabalha
Que as mais também rôtas são.
O seu bemfeitor liberta,
Uma dívida pagando,
E assim à gente ensinando
De ser grato a obrigação.
Também mostra os insofridos,
Que o trabalho com paciência
Faz mais que a fôrça, a imprudência
Dos que em fúria sempre estão.

Curvo Semedo


Bem.. é isso.
Espero que gostem,
volto logo logo para mais!
Abraços a everybody!
Até Mais..