quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Continua?


São tantos escritos que nunca foram, assim como as coisas que resolvem pensar, sobre o que vem depois das cortinas. Olho para o céu e ele se torna um tecido alaranjado, com manchas azuis que não contam a verdade, se são boas ou ruins. Só vejo costuras que ligam qualquer coisa, me sentindo perdido ali no meio. 

Douglas Ibanez
(03.08.2016 - 1h17)


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Supernova


Um cobertor de letras que me aquece de noite. Eu o costuro nos olhos, na tentativa, e enxergo estrelas que querem ser vistas, mas ficam vermelhas com o irracional medo do que ainda não aconteceu. Se me lambuzo no veludo do céu, eu encontro palavras que me abraçam nos sonhos e descrevem abstrações que o interrogativo tenta desviar. Eu me viro de lado e tento dormir.

Douglas Ibanez
(02.07.2016 - 2h38)


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Sobre Sopros


Eu penso em qualquer coisa que me tire o sossego. Nenhum intervalo de tempo é garantia de que a alegria esteja na esquina. Entendo os passos dados com cautela, sem me importar muito com o que ainda estar por vir, mas eu me questiono e me encontro, fazendo o mesmo e o mesmo, de novo. São como perguntas de areia: eu sopro e elas partem para longe, sem me dizerem o destino, ou se voltam qualquer hora.

Douglas Ibanez
(25.06.2016 - 00h33)


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Desnuvem


E quando noto, me vejo desconcentrado e me percebo desmantelado em um pensamento perdido - daqueles que não entendo e me desconcentra mais um pouco. Me desmonto - como um boneco quebrado - ao desdobrar, em três lados, uma face que alguém já bateu. Me desconserto ao lembrar dos minutos que se passaram, eu não sou mais o que fui. Desfigurado é um pensamento sem nexo, que paira nas mentes que flutuam tardias. Não há significado. É tudo sem
coerência, sem coesão. Desconexo.

Douglas Ibanez
(13.07.2016 - 23h47)
Happy birthday, Doug!


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Breu


Eu estico meu braço, a procura de uma mão estendida. São duas da madrugada e eu aqui, tentando encontrar maneiras de escrever o que quer que me venha em mente. Minha televisão já desligou sozinha: o timer estava programado para 180 minutos. Escuridão. Minha cabeça está cheia de pensamentos, ou talvez hélio seja mais condizente com a realidade da coisa. Eu flutuo para uma outra hora, com perguntas que arranham minhas paredes e me deixam louco. Perdi meu mapa e não sei como desenhar outro; como eu disse, está escuro. E se busco conforto é pelo bem maior que estabeleço em mim mesmo. O diálogo acontece, mas eu só queria calar a boca.

Douglas Ibanez
(02.07.2016 - 2h32)