sábado, 30 de junho de 2018

O que é um rosto sem ninguém?


Tiro-me e (...)
Máscaras caem,
Há nada,
Nem ninguém.

Só vem,
(...) porque não venho.
Desdenho a imagem,
Mesmo a sendo - tendo.

Vou lendo e sorrio,
Fundamental pressa,
Depressa!
Con (...) tigo.

Despido de tudo
E a certeza desnuda,
Calada - imunda,
Tornada de frente, dispersa.

Douglas Ibanez 
(25.05.2018 - 18h)




segunda-feira, 25 de junho de 2018

Pés


Nudez é cada parte da pele,
enquanto me toco com sua memória,
uma obra de arte para cada sentido
que te faço fazer.

Lábios notórios
descobrindo o caminho de um doce momento,
se masturbando com o gosto
do seu odor melancólico, quase sexualmente tristonho.

Esculturas de corpos que morreram
tentando, são bundas tão lindas
sem chegar ao que é seu. Me culpo
por isso. Eu desejo querendo mais.

Centímetros sem causa nenhuma e eu
desço por sua coluna,
só quero moldar - esculpir o meu plano,
sem roupas, sem eu.

Me vem a degola, senta em mim,
desajusta meu treco que descontrola o perfil
de uma cara vazia de um cara só teu.
Transpasso e desejo de novo.

Paredes comigo contigo e sentigo - descendo e subindo,
do ego ao umbigo, com beijo na alma e barba na nuca,
pedindo arrego no meio do peito, com boca
na culpa, do sorriso e do aconchego.

Douglas Ibanez
(16.04.2018 - 01h43)



quarta-feira, 13 de junho de 2018

Trovadorismo do Amigo


Eu
morreu
para eu.

Sem teu
no meu,
doce Morfeu.

Com seu
só seu
eu.

Douglas Ibanez
(21.03.2018 - 20h45)


sábado, 2 de junho de 2018

Bris-z-a


Você já parou naquela fração de segundos em que que o tempo não corre e tudo parece mais simples? Pois é, nem eu. Mentira! Hoje eu senti isso, como um extremo de N loucuras que nadam com força no sentido correto, num esforço tão denso, mas tão tenso, sem descanso ou trégua de paz recorrente. Não há bandeira branca e a pomba me trouxe algumas doenças - além de carrapatos. Mas eu fecho meus sentidos como se vestisse uma armadura dourada, apesar de nu, e sinto a gota d'água escorrendo pelo meu pequeno e irônico nariz, lambendo meu lábio com gosto de ferro em brasa. Um sopro no meu rosto joga meu cabelo para baixo, cima e todos os lados e eu respiro a natureza, tanto minha quanto a materna, renegada e jogada aos cantos. Pobrezinhas. Se você não sabe o que é, tudo bem, eu sei, mesmo com dúvidas e escrevo como outra força que oro que esteja comigo nas horas mais complexas, aquelas quando nem o que é natural dá as caras quando a gente precisa. Mas você sabe o que eu quero dizer, não? Não.

Douglas Ibanez
(02.04.2018 - 02h04)
Não é mais mentira!