terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Foda


Escuro doente socando na garganta,
me narra segredos,
com sussurros mordidos,
ainda mordendo o meu espírito.

Um furo na carne sortido, qualquer,
e o gozo me jorra, me constrói
em nuances de camadas gemidas,
tremidas, dormentes perturbadas.

Meu colo te chama, cavalga.
Eu toco minha coxa, que venha!
Eu arranco sua língua,
com ela, demônios e profecias.

Te violentam em meu nome,
encontrando paradeiros em cavidades.
Revira-te os olhos, me cospe na cara,
que te bebo em respeito silencioso.

De tão entregue, morto,
de quatro, vivo.
Repleto e complexo, de longe ao completo,
mas ainda assim torto, pejorativo.

Douglas Ibanez
(01.07.2018 - 23h)


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