domingo, 24 de março de 2019

Vozes da Ignorância


Há espaços entre os vidros
Onde me recoloco.
Me viro e desloco,
Sem local.

Olho para o lado,
Diabos sussurram,
Diabos dançam.
Qual é o seu?

O meu apaga a luz,
Sorri como nunca,
Respira na nuca.
Na minha.

E o arrepio? Me arrepio.
Do cóccix ao além,
Do couro ao cabeludo,
Sussurrando, me degusta.

E as plumas?
Diria quem vê de fora,
Como se contrapartes fossem,
Por ora, clichês.

Rasgo as costas num furo,
Arranco uma pena,
Vermelha vida,
Sangrando ela mesma.

No escuro, a luz
Eu seguro, apagada
E embriagada,
Dançando, girando.

Douglas Ibanez 
(23.03.2019 - 10h20)



Nenhum comentário: