sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

As Vezes

Sinto saudade
do branco inexistente
estampado em cada sorriso
em cada rosto lavado
pelas águas de manhã.

Sinto saudade
do preto leitoso do luto
no qual cada um de nós
usamos todas as noites
como uma manta
esperando..
esperando..
esperando....

Sinto saudade
de olhar para frente
e ver nada mais além
do que apenas o desconhecido
o horizonte perdido
aquilo que meus olhos não podem ver
mas que minha alma
pode inventar.

Sinto saudade
do choro noturno
do cão sem dono
que uiva todas as noites
pedindo abrigo do frio
da chuva
do trovão e da trovoada
fugindo da solidão
tentando amizade
carinho
de tudo que é diferente dele
mas igual para ele...

Sinto saudade
de algo que não sei o que é
talvez nem sinta saudade
talvez sinta saudade da saudade
talvez eu tenha inventado tudo
o sofrimento inexistente que existe.

Sinto saudade
de mim
de você
de coisas
das lembranças que fazem ela vir
a saudade...
que saudade?

Talvez um dia
eu descubra...
Douglas Ibanez

5 comentários:

Unknown disse...

eu adorei essa parte:

Sinto saudade
de algo que não sei o que é
talvez nem sinta saudade
talvez sinta saudade da saudade
talvez eu tenha inventado tudo
o sofrimento inexistente que existe.

Unknown disse...

... dessa parte também:

Sinto saudade
de mim
de você
de coisas
das lembranças que fazem ela vir
a saudade...
que saudade?

Talvez um dia
eu descubra...

Unknown disse...

aaah... essas são minhas partes favoritas, mas o poema em si é todo lindo :)

Unknown disse...

tu é bom nisso mesmo!
Eu adoreeeeeei

Anônimo disse...

Saudades... consequência de um tempo que não volta nunca mais. Por isso devemos aproveitar cada minuto como se fosse o último... Lindo poema, te amo muito!!