Eu sou o espectador do meu próprio eu. Sou aquele que enxerga além de minha pele elástica e de minha carne dura, funcionando radioativamente para encontrar o escondido.
Sou meu psicólogo, minha cartomante, sou o jornalista que me informa e me conta o que há dentro de mim.
As vezes me espanto como pode uma vida ser assim tão assistida? Então percebo estou assistindo-a novamente.
Existem dois de mim neste momento, aquele que pensa no escrito e o torna real e aquele que olha e julga o quão real se tornou tal pensamento flutuante e enevoado.
A razão controla a emoção. O sentimento controla o que é correto. E assim as duas vivem parasitando uma a outra chorando a separação não entendendo a unificação.
O Belo jardim amanhece e ao longo do dia se entristece. A Inveja toma conta da alma, invade e obscurece desde a mais bela rosa até o mais enrugado cravo. Tudo parece ser desejado, mas apenas pouco é invejado, somente aquilo que todos buscam, e que nunca é encontrado, pois não conseguem olhar ao seu redor, como faz o Girassol que gira, gira e gira em busca da luz que lhe ilumina e quando consegue enxergá-la pede com humildade e fé que possa seguí-la.
Minha vida é o constante medo de viver. Medo de acertar. Medo de não estar de sentí-lo de cheirá-lo. Medo de degustar o gosto do medo. Medo de se afogar nos prazeres medonhos do medo. Medo de tê-lo. Medo de querê-lo. Medo do medo. O medo.
"Danço pelado e assim continuo nascendo. Morrendo do medo
de me vestir, sem rir. E partir."
Hoje eu tenho 29 - velhos e novos. Amanhã é outro papo! Jornalista, teacher, dançarino e escrevendo. E ringleader!
(why not?) O sonhador ainda sonha... afinal, sonhar não custa nada, não é mesmo?