sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Direcionamento Confuso


Não sou bom em palavras diretas ao ponto.
Elas se tornam sem graça ao meu ver criativo.
Um jogo tão rápido que se perde no ganho.
Decisão sem volta. Aperte o gatilho.

Sempre flertei com palavras cruzadas.
Encantadoras serpentes que hipnotizam.
Meus dedos são flautas, que seduzem o caminho.
Constroem um discurso que você nunca ouviu.

Melancolia que pensa no latim às avessas.
Não suporto a ideia de me igualar ao comum.
Brinco de mago, ao transformar as fronteiras
Em uma transparente parede sem riso nenhum.

Um mímico.
Meu senhor palhaço que canciona em rosa.
Respiro a poeira que bagunça tudo.
Desnecessária rinite. Correria do luto.

Grito poesia no lugar de verdades.
Não permito o acaso sem pincelar meu artista.
Me guio no escuro apalpando o muro.
Choro por unhas que descobrem tinta.

Que escandaliza: SINTA!
E te expulsam daqui. 

Douglas Ibanez
(14.07.2015 - 00h28)


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