quarta-feira, 11 de maio de 2016

Colheita


E a vontade lateja
um pedido de alforria.
É uma ferida que vibra,
se desmancha.

Ela engole seus próprios pedaços,
que caíram no chão,
sem explicação para o apetite,
que cozinha palpites em meros abraços.

Nefastos, brincam de aleluia.
Se jogam na tela como mosquitos,
perseguindo luxos que criam asas,
mas morrem na praia, pedindo atenção.

Eu abrigo os sem-nexo,
como um coração estéril,
de um jardim fértil de embriaguez.
Frígido e com maçãs podres ao longo do dia.

Douglas Ibanez
(27.04.2016 - 00:15)


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