segunda-feira, 13 de maio de 2019

Cansado de todos vocês


Portas cerradas, lado a lado
De uma parede gelada.
Escuto gemidos, escuto perdidos,
Perdidos no ventre.

Então entre!
Não precisa bater, mas me bata,
No corpo, na cara,
Na alma lavada em torcer absorto.

Olho no mágico do olho,
Olho-me olhando de volta.
Boca torta, vontades ilusórias
Em desilusões de daqui a cinco minutos.

Na próxima, olho-me sem o eu,
Que não é o mesmo que o meu.
Nos conhecemos, perdidos,
Perdendo vazio... beijando o vácuo.

Eu conhecia todos eles,
E eles conheciam todos de mim.
Luzes se apagam, lâmpadas estouram
Como reflexos à velocidade cortante.

Quando eu era mais velho, há segundos,
Eu não entendia.
Seria o conhecer do outro o intuito
De uma frequente forma de covardia?

Douglas Ibanez 
(24.04.2019 - 1h25)

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