sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Uma Noite com Inês Pereira

Nesta quinta-feira, 23 de Outubro, fui a uma excursão escolar, cujo destino era o Teatro Ruth Escobar, assistir a uma peça com o singelo nome "Inês".

A peça é uma adaptação, muito bem produzida, da tão famosa e aclamada obra de Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira, onde é narrada a história de uma jovem que muito quer se casar com um homem que ela própria possa escolher.

Para quem não conhece, Gil Vicente foi um grande gênio textual e teatral. Dramaturgo, criou, com um humor sarcástico e apelativo, obras de teatro com caráter crítico e social, onde a maior vítima das indiretas feitas era o próprio povo. Como por exemplo, em "O Auto da Barca do Inferno", Gil Vicente transpassa para nós o cotidiano das pessoas da sociedade medieval, que eram nada recatadas, de forma realista, indireta e por meio de personagens característicos e camuflados por nomes e atitudes cômicas exageradas. Assim ele conseguiu fazer algo inovador, cômico, ao mesmo tempo crítico e sem que sua platéia percebe-se que na realidade estavam assistindo a eles mesmos.

Referente a peça atual "Inês", devemos comentar a maravilhosa forma como a história realista e a história fictícia são narradas juntas. Durante todo o período decorrente da peça, observamos três tempos narrados separadamente, porém com um se encaixando naturalmente ao outro. A princípio, após uma belíssima abertura musical e de dança, onde um ator se transforma em Gil Vicente, começamos a entender, por meio de uma explicação do ator, a história do grande gênio fundador do Teatro Vicentino. Depois, exemplificando aquilo que foi dito, observamos como eram as visitas teatrais, mostradas a realeza, feitas por Vicente. Desde então, narrando a história de Pero Marques e seu desafio do "Antes burro que me carregue do que cavalo que me derrube", vemos uma narração dentro de outra e assim a peça Farsa de Inês Pereira começa a ser reproduzida.

Não se utilizando do difícil Português Arcaico, que é satirizado logo no começo do espetáculo, a peça é rica em linguagem e conteúdo moderno, como uma batida de música no estilo "Funk" ou outras várias citações como "pokémon" e girias, para que assim possa se envolver mais com a platéia, cuja maioria era recheada de jovens. Outro grande toque de mestre é a dinâmica que os atores tem com quem os assiste. Não se passa apenas de sete ou oito atores atuando entre si, mas sim de sete ou oito atores atuando com a platéia, esta que respondia, participava, como a escolha do Rei e Rainha, e era alvo de brincadeiras dos atores.

"Inês" é, como já disse anteriormente, uma adaptação da obra original de Gil Vicente e possui uma enorme vertente cômica, fazendo com que o espectador não pare de dar risada do início ao fim. Os atores, todos com um enorme conteúdo artistico de atuação, música, dança e poesia, fazem dessa peça algo especial e que deixa vontade de vê-la e revê-la quantas vezes mais o espectador quiser.

Parabenizo o elenco, os músicos e todos aqueles que não foram vistos no palco mas que sabemos que existem e que sem eles a peça não seria a mesma. Parabéns e a todos aqueles que lerem esse post eu recomendo, vale muito a pena ver "Inês", cujo humor e cultura trabalham juntos.


Obrigado a todos.
Até mais.

4 comentários:

Flávio Mello disse...

pois é malandro... como eu queria ter começado assim... ai ai... mas Deus dá esses presentes, e vc é um... continue a tecer suas idéias e suas verdades... talento tem... força de vontade... eu vejo... boa sorte na nossa senda de escritor.

Flávio Mello

ps.: vou lincar-te... em meu blog

Anônimo disse...

tantas informações uteis... *-*

... pessoas começaram usar seu blog para fazer pesquisas, HSDHUDSUH!

Anônimo disse...

ps: esse dia foi monstro :D

altas risadas!






beijo, doug.

Anônimo disse...

nossa douglas verdade vc ja ta ficando famoso KOPSKAPOSKPOAKSPOAK
Parabens vc escreve e desenha muito bein, eu queria ter um desses dons mais infelismente não tenho nenhum. "/ Que vc teja uma futuro imenso porque qualidade vc ja tem \ô\ to torcendo por vc =]