quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Começando pelo Começo do Começo

Tudo começa do começo (que diabos é isso meu filho?). Bom, vocês sabem o que eu estou querendo dizer (será?). O fato é que tudo neste enorme mundo e nessa eterna vida começa, sempre, de algum lugar (um rio não tem leito sem uma nascente, certo?).


O engraçado é que este determinado começo, do qual estamos falando, pode surgir de diversas maneiras em nossas vidas e, nem sempre são tão visíveis ao mental olho humano. Sabem, certas coisas começam com uma grande decisão e com um planejamento certo, objetivando seu querer e sabendo exatamente aquilo que você quer. Contudo, porém, entretando, não obstante, certas coisas começam do repentino de repente e sem um pingo de elaboração e então, quando você menos percebe, tais coisas pequenas de seu passado, que você nunca julgou tão grandes, fazem a enorme diferença em sua vida e te levam para um rumo que você jamais imaginou que iria tomar, essa é a diferença entre o Começo Determinável e o Começo Invisível (ou como vocês quiserem chamar, só quis bancar o pesquisador agora).

De qualquer forma, antes que você comecem as vaias de desentendimento, vamos ao que interessa. Desde o começo do ano minha casa está passando por uma série de mudanças, em que cores de paredes, móveis e ambientes estão sendo mudados completamente. É um drama trágico dormir na sala por quase um mês, mas agora tudo está voltando ao normal. Mas sem sair do tema de origem, naquela bagunça toda de arrumação (nem queira ver meu quarto pós-bomba atômica), encontrei coisas e mais coisas que são exatas preciosidades para mim e que pretendo levar para toda a minha vida e uma delas eu resolvi trazer para vocês.

Há alguns anos atrás, na época em que não fazia a mínima idéia do que fazer da vida nem muito menos do que comeria no café da tarde, durante uma aula de Literatura, onde minha professora falava sobre o Romantismo (sim, aquele melodrama de mocinha e mocinho) e seu estilod e poemas, me senti tentado a um desafio pessoal e disse a alguns colegas do meu lado "vou escrever um soneto". A professora explicava sobre esse tipo de poemas e me vi desafiado por mim mesmo a escrever algo e foi o que eu fiz.

Alguns desses colegas e a professora, gostaram muito. Eu era mais novo e nunca havia escrito nada, portanto eu era um ser puro nessa arte. O engraçado é que me entreguei de uma tal forma naquela escrita de alguns versos que, mesmo que por mais simples que fosse, pareci entender que aquele seria meu futuro dali por diante.

Então agora, vou lhes mostrar o primeiro poema que escrevi na vida. Que é também, praticamente, a primeira coisa séria que escrevi, tirando redações escolares um tanto estranhas daquela época. O tema, não se enganem, eu não me inspirei em nenhum caso real de minha vida para escrever (É VERDADE!), me inspirei apenas na escola literária que estava aprendendo na época, o Romantismo (eu prefiro Modernismo e Realismo, mas isso e outro papo).


Poema

Num grande deserto sem flores,
você é a única a raiar
e não importa onde fores,
eu sempre irei lhe encontrar.

De todas as flores de areia,
você é a única a viver,
perfumando a noite serena,
encantando a quem lhe ver.

Em toda a minha vida
sinto meu deserto bater,
com você dentro e linda
pronta para florescer.

Um dia você irá secar
e o meu deserto irá contigo
e numa tempestade de areia
você irá se encontrar comigo.

Douglas Ibanez


Ai está. Não é um soneto, pois não tem o número certo de versos nem contagem de sílabas métricas (nunca fui fã disso), mas no momento em que escrevia, não vi necessidade de ser perfeito, talvez essa seja a graça, não sei. Contudo, espero que possam apreciar o primeiro poema de um garotinho, que na época não fazia a mínima ideia do que fazer de sua vida.

Desculpem a simplicidade ou algum erro de português, também não coloquei título. Mas sabem, não quis concertar nada, achei que deixar o original seria mais legal e interessante. Mas de um todo, espero que gostem.

Bem, um grande abraço a todos,
só agora que Brasil volta a trabalhar né?
Espero que tenham ido bem de Carnaval,
vendo Escola de Samba e muita bunda pelada por aí..

Até mais pessoal!
Abraços!

7 comentários:

La Sorcière disse...

Ahhhh Douglas!
Que singelo, que lindoo!
Gostei da beleza e da delicadeza!!!
Bjks

Eduardo Montanari disse...

A parte da noite serena me lembrou aquela musiquinha que o Seu Madruga canta. Mas falando sério, legal você ter achado ele. Dá uma sensação gostosa né? Uma nostalgia agradável.
Muito bonito o poema.
Quanto a dormir na sala não se preocupe, eu já faço isso há 20 anos, já que não tenho quarto. Vc se acostuma.

Anônimo disse...

O dom de meu amigo Douglas para as palavras e impressoes lindas é desde criança, agora sim, você nasceu escrevendo, uahauhauhau... Amigo que gracinhaaa... Primeiro que me embalei lendo seu post aqui, dei risadas, achei a banca de pesquisador um máximo, auhauhauahuahau!! Seu soneto é lndo, que bom, parabéns... Só comentando sobre a bagunça, é péssimo ficar a casa de pernas pro ar, mas nada melhor do que voltar tudo ao normal e curtir o novo visual!!!

Bjs e um ótimo final de semana!!

Paty L. disse...

Eu adorei. Eu gosto muito de poema, mas não sei escrever, não tenho dom pra isso e mesmo assim escrevo ¬¬'

Bom, durmo na sala de vez em quando, e acredite se quiser, eu durmo melhor na sala que meu quarto muitas vezes. Isso muitas vezes quando assisto Edward Scissorhands (vício total).

Você tem um talento em tanto pra escrever, é uma facilidade terrível, sério, isso me dá bastante medo, hehe.

Mas é isso ae. Você tem um talento :)
Tem gente que inveja você (tipo eu) xD

PS.: entre Romantismo, Realismo e Modernismo, também prefiro esses dois últimos.

Paty L. disse...

Ah sim! gostei da ironia no final.
Aliás, meu carnaval passei em casa sozinha, na internet, livro, seriado, filme, bebida e sonecas.

Rosana Ibanez disse...

Muito lindo o seu poema Douglas!
Ainda acho que você tem tudo para ser um grande escritor.. quem sabe né?
Beijos e uma ótima semana

Rafael Silveira disse...

Foi um ótimo Poema. Realmente, quando paramos e começamos a pensar em coisas que fazía-mos no passado, geralmente bate aquela saudade...

Outro dia mesmo passei por isso.

Grande abraço, sucesso!