sexta-feira, 12 de junho de 2015

Preguiças e Ursos


Hoje eu tenho observado pela janela.
Há frio do lado de fora.
O que me faz lembrar
De quando nevava aqui dentro.

Era o medo coberto de pedra:
Escuro como a meia-noite,
Com uma teatral máscara branca
Desesperadamente risonha. Tristonha.

Eu o sentia com aquela presença.
O gelo que lhe sugava os sonhos - apagava os olhos.
Uma barulhenta besta que gritava em danças.
Suicídios sensuais.

Porém agora temos um lar,
Com paredes acolchoadas
Em braços e abraços.
Um casulo.

Uma lareira eternamente acesa
Em um coração que ainda bate.
São duas metades de dois inteiros,
Que se tornam quatro quando estão juntos.

Me viro e desviro.
Te encontro tranquilo,
Olhando o medo olhando de volta.
Sua íris quebrada.

Feche os olhos.
Me beije em silêncio.
Segundos eternos.
Mi casa, su casa.

Douglas Ibanez
(02.06.2015 - 14h15)
Feliz Dia dos Namorados!



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