quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quem Sou Eu?

Há pouco tempo, entrei no Blog Compartilhando Leituras de nossa amiga Mari e vi que ela postou naquele dia um texto que brincava perfeitamente com as palavras, descrevendo quem era ela. Quando vi aquilo, fiquei simplesmente inspirado a fazer o mesmo, por isso, perguntei à ela se podia fazer e a Mari, quem não a conehce, deveria e muito, disse que sim e que estava curiosa para ver este meu Quem Sou Eu.

O problema é que eu deixei um pouco de lado, esperando ter uma inspiração bacana para fazer isso com o devido esforço. Quando foi hoje, entreino Blog La Sorcière da Alê e vi que ela também tinha feito este Quem Sou Eu e logo pensei: "Caramba! Isso só pode ser um sinal". E foi então que eu resovi me dedicar a inspiração e fazer logo este bendito Quem Sou Eu.

Primeiro, vamos ler o texto de Martha Medeiros:

"Você não está fazendo nada agora? Eu idem. Vamos listar quem a gente é: você daí e eu daqui. Eu sou outono, disparado. E ligeiramente primavera. Estações transitórias. Sou Woody Allen. Sou Lenny Kravitz. Sou Marilia Gabriela. Sou Nelson Motta. Sou Nick Hornby. Sou Ivan Lessa. Sou Saramago. Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole. Sou bala azedinha. Sou coca-cola. Sou salada caprese. Sou camarão à baiana. Sou filé com fritas. Sou morango com sorvete de creme. Sou linguado com molho de limão. Sou cachorro-quente só com mostarda e queijo ralado. Do churrasco, sou o pão com alho. Sou livros. Discos. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet. Já fui muito tevê, hoje só um pouco GNT. Rádio. Rock. Lounge. Cinema. Cinema. Cinema. Teatro. Sou azul. Sou colorada. Sou cabelo liso. Sou jeans. Sou balaio de saldos. Sou ventilador de teto. Sou avião. Sou jeep. Sou bicicleta. Sou à pé. Você está fazendo sua lista? Tô esperando. Sou tapetes e panos. Sou abajur. Sou banho tinindo. Hidratantes. Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana. Sou mar. Não sou areia. Sou Londres. Rio. Porto Alegre. Sou mais cama que mesa, mais dia que noite, mais flor que fruta, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais champanhe que caipirinha. Sou esmalte fraquinho. Sou cara lavada. Sou Gisele. Sou delírio. Sou eu mesma. Agora é sua vez."
(Martha Medeiros)

Agora é a minha vez, como ela mesmo disse. Só que eu me empolguei um pouco, como sempre, e escrevi um tantinho a mais..

Sou um típico estado liquido e sólido da água que se congela e derrete ao longo dos minutos crescentes e do vento soprando. Sou São Paulo, sou 4 estações dentro de um mesmo dia. Sou a alegria alaranjada entre o vermelho e o amarelo do sol de Verão possivelmente eterno daquele dia. Sou o azul congelado sem conversa nem papo de um Inverno cortante e completamente mal-humorado. Sou a poética mistura da cor do Outono, a folha, o vento e o fruto, mas ainda sou também o viver da Primavera e a vontade de molhar os pés no verde-rosa da grama de uma possível próxima manhã colorida. Sou a esperança de uma sexta-feira, quando não penso duas vezes em fazer tudo aquilo que quero, já que no dia seguinte dormirei até não poder mais. Sou o próprio sono de pedra, aquele que ninguém acorda depois de fechar os olhos, mas sou também minha própria cafeína de insônia no cerebro, me deixando revirado na cama por horas e horas e horas..
Sou medo de aranha, não, eu sou a própria aracnofobia em seu pior estado de horror! Sou o medo do escuro, sou o medo do futuro, sou o medo do desconhecido. Mas também sou a coragem de vencê-los ou de vencer a mim mesmo. Sou o otimismo em pessoa, gênero e grau. Sou aquele que vê coisas boas onde simplesmente elas não existem, ou quem sabe não são enxergadas. Quem sabe sou eu quem as crio, por que não? Sou o criador de um universo, aquele que o sopra e o faz girar na palma de sua mão. Sou a nuvem verde que voa pelo céu amarelo e faz chover gotas em formato de estrelas vermelhas pinceladas com tinta guache de pré escola. Sou o eterno jardim de infância, pintando e desenhando linhas tortas por linhas retas, borrando tudo, mas acertando mesmo assim.
Sou Da Vinci e Picasso, sou suas maiores obras de arte, atreladas em minha cabeça sem nenhum pingo de noção. Sou o surrealismo expressivo do cubismo humano. Sou minha própria escola literária, sou eu mesmo, hereditário de Clarice Lispector e Drummond. Sou filho da natureza, sou uma força dela, que vira vento e passarinho com o menor toque de poesia. Sou todo o alfabeto e suas derivações depois desta. Sou o escritor de meu próprio mundo, o jornalista de minhas próprias notícias.
Sou Tim Burton, sou seu colorido, sou sua obscuridade. Sou aquele que corta a aliança de minha própria Noiva Cadáver com minhas gigantes Mãos de Tesoura, enquanto grito desesperadamente por ajuda, Bettlejuice! Bettlejuice! Bettlejuice! Sou trilha sonora de filme, com batidas mágicas de violino, violoncelo, eletrônico e qualquer outro tipo de instrumento. Sou uma orquestra inteira. Sou Beethoven!
Sou Beatles, sou Michael Jackson, sou suas coreografias, sou seu submarino amarelo, sou Pop, Rock, Folk, Hippie, Eletrônico, sou um real dançarino, um real desenhista, um real criativo e um real escritor, mas ainda posso ser um falso, e horrível, cantor de chuveiro, um ator de Hollywood no Oscar ou ainda um apresentador de platéia com olhos fechados. Sou do fútil ao cultural, sou inspiração de madrugada, sou uma dança em platéia, sou um gerador de ideias sem noção, mas que fazem sentido para mim.
Sou amizade, sou amor, sou o próprio limite do acontecimento, pensando sempre nas consequências das palavras e naquilo que compensa ou não ser dito. Sou o juri sem julgamento, sou a mão estendida àquele que chora no fundo da sala, mas sou o teimoso que contraria propositalmente aquele que se julga o certo e perfeito. Sou perfeito, não, não sou perfeito, mas sou pefeccionista, detalhista, organizado, chato com minhas coisas, sou Virginiano pô! Sou um colecionador barato de coisas velhas, minhas e dos outros, bonecos, brinquedos, lembranças, memórias. Sou o eterno baú de recordações envelhecido de sua avó.
Sou livros e eles são meus amigos. Sou leitura até 6 horas da manhã depois de uma madrugada de aventura. Sou Realismo e Modernismo, sou Nonsense, sou Alice e Harry Potter, tanto em Hogwarts quanto no País das Maravilhas. Mas no fundo, também sou Bentinho, depois de me transformar em Dom Casmurro devido a minha e dele maldita Capitu! Não sou o ficar, sou o apaixonar, o amar e o possível casar! Sou sépia e empoeirado e quem sabe, sou um poeta de barbas brancas até o umbigo brincando com a mente de todos vocês e com as metáforas da vida.
Sou louco, sou o amante da língua inglesa, mas sou casado com a língua potuguesa e cuidado quem errar ela perto de mim, sou sem sentido. Sou fechado, sou aberto, sou um quarto cheio de coisas bizarras, posteres, blocos de vidro multicoloridos pendurados pelo teto, discos de vinil colocados na parede. Sou um colecionador de alegrias, alegria alheia. Sou meus amigos, sou minha família, sou meu cachorro e também sou aquele que faz de tudo para vê-los felizes e coitado de quem os fizer chorar, por que aí, serei um assassino vingador, sou ainda o SIM para tudo e o NÃO para nada, fazendo sempre, o possível para ser feliz e curtir até o último momento e tudo aquilo que pode te ajudar. Sou Laranja e somente essa cor me faz feliz. Sou magro, sou castanho, sou um cabelo desentendido e raivoso, sou o maior exemplo do meio-termo, do em encima do muro, isso psicologicamente e fisicamente falando. Sou uma criança de 4 anos de idade, sou Mario Bros e Pokémon, sou um velho de 70 anos de vida, sou nostalgia e cadeira de balanço, contando uma boa história com o livro no colo para meus netos, sou uma pessoa de 18 anos de felicidade e tristezas, mas ainda assim, sou eu. Ao fim, sou nada disso que eu disse, ou sou tudo que falei, faço a mínimo idéia de quem sou eu. Mas sou alguma coisa, isso vocês podem ter certeza.


Bem, é isso. Acabei finalmente. Eu sei que eu escrevo demais além da conta e que as vezes fica chato de ler muito, contudo, não obstante, eu me empolgo com essas coisas, então.. já sabem né?

Para quem quiser fazer o mesmo que eu fiz, é só escrever e pronto. Na hora de postar, poste o texto de Martha Medeiros junto e pronto, está feito! Sinta-se a vontade! E espero que gostem do meu.

Um grande abraço a todos.
Vejo vocês logo logo.
Tchau!

12 comentários:

La Sorcière disse...

Vc é exatamente como eu pensei que fosse: poético, intenso e lindo:)
Adorei seu texto!!
Bj grande

Sonhos melodias disse...

Douglas você é demais!!!! No bom sentido. Eu até te entendo pois também me empolgo quando começo a escrever e daí... Mas seu texto ficou lindo, poético, gostoso. Amei! Já tinha visto esse tema no blog da Mari, mas sempre na correria não havia parado para escrever. Você me inspira. Ihhhh!!!! Tá vendo? Já me empolguei, kkk.
Bjs

Belle disse...

Douglas, é mto bom poder conhecer mais e mais de nossos amigos blogueiros..
Gostei do " sou louco", pois quem não tiver um pedacinho de loucura na vida, não sabe o que tá perdendo.. acredito q sem ela, ficamos amargos e presos a ditames...
Adorei isso!!!!!
Bjos e bom FDS.

Kézia Lôbo disse...

Oie é a primeira vez que estou passando por aqui, e vc conseguiu uma seguidora XD
Haaa eu adorei o texto sobre vc lindo!!!
E obrigado por visitar o meu blog!!!
Tenha um findi perfOo!!

Visão disse...

Eu adorei chegar aqui e começar a te ler pelo "Quem sou eu". E gostei de tudo isto. Posso ficar? Estou ficando.

Petro disse...

Sua poesia (que não depende só de estar em poemas) nos enche os olhos. Gosto mesmo. maneiro...

Paty L. disse...

Nossa, incrível seu Quem sou eu?
Fiquei até com uma vontade de escrever também, é muito interessante!
E parabéns mais uma vez, vc tem um talento incrível para escrever e percebe-se sua leveza, tranquilidade e facilidade em escrever.
Com esse 'quem sou eu?' dá pra saber suas preferências em relação à literatura, música e cinema, o que é interessante pra quem segue vc no blog.
Infelizmente não tenho muito tempo, e por isso que andei um pouco afastada do blog, mas sempre que posso estou aqui, porque adoro ler o que escreve :)
E desculpe por escrever muito!

Rosana Ibanez disse...

Poxa!! E eu que pensava te conhecer tão bem hein?? Você é muito mais lindo do que eu sempre imaginei que fosse e isso é muito bom!
Beijos no coração e uma linda semana p/vc!!

Fernanda Assis disse...

Ei Douglas,

Esta brincadeira é muito legal, adorei te conhecer :)

Vc é muito intenso hein, e que bom que achei um texto maior que o meu hauhau depois passa la no blog para ver rs

bjoo

Douglas Ibanez disse...

Agradeço a TODOS que comentaram.
Muito, muito obrigado mesmo!
Vocês não sabem o quanto isso me deixa blaster feliz, sério mesmo.

Fico extremo feliz em saber que todos gostaram do que leram e que o fato de eu ter escrito muito não foi um problema.. rs

Quem escreve muito também, ainda bem que perceberam que não são só vocês, assim como eu percebi que não sou só eu. A coisa quando engrena, vai longe néé?

Um grande abraço a TODOS vocês!
Mais uma vez obrigado e espero todos na próxima!
Que já está postada logo acima.. rs

Tchaaau!

Anônimo disse...

Amigo! Que saudades! Me desculpe pela ausência, uma correria de trabalho, estudos!!! Vc não sabe o quanto estava curiosa e ansiosa aguardando esse seu post! Que lindo, vc é muito parecido comigo. Agora a pouco acabei de ler seu comentário no meu blog sobre o texto Bagagens do Coração, percebo mesmo aqui de longe que no seu jogo de palavras e na construção de seus texto vc revela uma sensibilidade única, daquelas pessoas que não enxergam apenas a transparência da água, mas percebem a pureza de uma essência única!!! Gente, como eu amei seu Quem Eu Sou! Vou deixar um recadinho pra vc no orkut pois estive vendo aqui que ainda não tenho seu msn, como pode isso? Hahahaha!!!

Amigo, parabéns pelo lindo escrito, sincero e criativo!

Bjuuuuss :*

Anônimo disse...

Adorei suas palavras :D
pena que não sei seu 2ºnome para assim poder usar seus versos como citação.